
“De quem é a agenda?”
Quando os filhos amam fazer origami, mas “não têm tempo”… é hora de parar e se perguntar: de quem é essa agenda tão cheia? É deles ou é nossa?
Vivemos numa era onde queremos dar o melhor para nossos filhos — oportunidades, cursos, atividades, idiomas, esportes, tecnologia, preparação para o futuro. Mas será que não estamos esquecendo o mais importante? O agora. O presente. O ser.
Na ânsia de garantir que “se tornem alguém”, ocupamos cada espaço do dia com compromissos. Mas esquecemos de algo fundamental: eles já são alguém. Alguém com sentimentos, desejos, talentos, alegrias. E muitas vezes, o que eles mais querem é… dobrar um papel. Silenciosamente. Concentradamente. Em paz.
Origami não é perda de tempo. Origami é presença. É escuta. É coordenação, foco, criatividade, paciência. É um convite à alma para se manifestar pelas mãos. E quando uma criança faz origami com brilho nos olhos, isso não é passatempo — é conexão com o que ela é de verdade.
Nós, pais e mães, também fomos ensinados a valorizar “conteúdo” e “produtividade”. Mas é hora de reaprender. O mais valioso conteúdo que uma criança pode carregar é o brilho nos olhos. E isso não se mede com prova ou boletim.
Que tal escutar mais o coração e menos a agenda? Às vezes, a lição mais poderosa que um filho pode aprender não está na escola, mas na sala de casa, dobrando um papel ao lado de alguém que ama.
Origami é uma arte silenciosa que une gerações. Pode ser individual, mas se torna ainda mais especial quando compartilhado. Pode virar ponte entre pais e filhos. Pode curar distâncias e transformar tempo em presença.
Antes de lotar a agenda de atividades para formar um “bom futuro”, olhe para o agora. Escute com os olhos, com o coração. A alma das crianças fala — e muitas vezes, ela se expressa com dobras delicadas em papel.
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